Na liturgia de hoje, na primeira leitura, vemos o martírio de Eleazar, um ancião respeitado que, diante da ordem de comer carne proibida pela Lei, prefere a morte honrosa à transgressão da fé. Eleazar fiel ás leis de Deus, não cede à pressão, mesmo sabendo que poderia salvar sua vida com uma mentira. Eleazar nos ensina que a fé não é apenas uma convicção interior, mas também um testemunho público. Eleazar mostra que a coerência entre fé e vida é mais valiosa do que a sobrevivência física.

Em um mundo que muitas vezes relativiza valores, somos chamados a ser testemunhas autênticas. A fidelidade a Cristo pode exigir renúncias, mas gera frutos de esperança e coragem para os outros. Eleazar nos inspira a viver com integridade, lembrando que a vida eterna é maior que qualquer vantagem passageira.

No salmo responsorial temos, « Eu me deito e adormeço bem tranquilo; / acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. / Não terei medo de milhares que me cerquem † e, furiosos, se levantem contra mim. / Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me! »

No Evangelho, somos apresentados à história de Zaqueu, o chefe dos cobradores de impostos, homem rico e considerado pecador pelo povo. Curioso e desejoso de ver Jesus, ele sobe numa árvore. Jesus, ao encontrá-lo, não apenas o vê, mas o chama pelo nome e se hospeda em sua casa. Esse encontro transforma completamente a vida de Zaqueu.

Ninguém está fora do alcance da misericórdia de Deus. Mesmo os mais desprezados podem ser transformados. Jesus nos chama pelo nome. Ele conhece nossa história e deseja entrar em nossa vida, não importa nossas quedas. A verdadeira conversão é concreta. Não basta sentir emoção; é preciso mudar atitudes, reparar erros e viver de forma nova. Assim como Zaqueu, somos convidados a descer das “árvores” que criamos, orgulho, medo, comodismo e acolher Jesus em nossa casa interior.

Na certeza que Jesus nos vê e nos conhece, nossa Terça-feira será de misericórdia e salvação.